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sexta-feira, 17 de junho de 2011

FESTA JUNINA NO ARAXÁ

A COMUNIDADE DO ARAXÁ VAI FAZER SUA FESTA JUNINA DE 2011, PELA PRIMEIRA VEZ A FESTAS SERÁ REALIZADA. PARA TODOS DA COMUNIDADE! ESTA FESTA JUNINA SERÁ PARA APROXIMA MAIS OS SEUS MEMBROS E AS PASTORAIS. O CONSELHO PROMOVERÁ   E VOCÊ E O NOSSO CONVIDADO ESPECIAL. VAI TER COMIDAS TIPICAS, FORRO PÉ DE SERRA, TRIO E O MELHOR NINGUÉM PAGAR NADA! AI VAI TOPA? MAIS INFORMAÇÃO PELO E-MAIL: pascomfatima@hotmail.com

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Mensagem de Páscoa do Papa Bento XVI

Possa alegrar-se aquela Terra que, primeiro, foi inundada pela luz do Ressuscitado. O fulgor de Cristo chegue também aos povos do Médio Oriente para que a luz da paz e da dignidade humana vença as trevas da divisão, do ódio e das violências. Na Líbia, que as armas cedam o lugar à diplomacia e ao diálogo e se favoreça, na situação atual de conflito, o acesso das ajudas humanitárias a quantos sofrem as consequências da luta. Nos países da África do Norte e do Médio Oriente, que todos os cidadãos – e de modo particular os jovens – se esforcem por promover o bem comum e construir um sociedade, onde a pobreza seja vencida e cada decisão política seja inspirada pelo respeito da pessoa humana. A tantos prófugos e aos refugiados, que provêm de diversos países africanos e se vêem forçados a deixar os afetos dos seus entes mais queridos, chegue a solidariedade de todos; os homens de boa vontade sintam-se inspirados a abrir o coração ao acolhimento, para se torne possível, de maneira solidária e concorde, acudir às necessidades prementes de tantos irmãos; a quantos se prodigalizam com generosos esforços e dão exemplares testemunhos nesta linha chegue o nosso conforto e apreço.
Possa recompor-se a convivência civil entre as populações da Costa do Marfim, onde é urgente empreender um caminho de reconciliação e perdão, para curar as feridas profundas causadas pelas recentes violências. Possa encontrar consolação e esperança a terra do Japão, enquanto enfrenta as dramáticas consequências do recente terremoto, e demais países que, nos meses passados, foram provados por calamidades naturais que semearam sofrimento e angústia.
Alegrem-se os céus e a terra pelo testemunho de quantos sofrem contrariedades ou mesmo perseguições pela sua fé no Senhor Jesus. O anúncio da sua ressurreição vitoriosa neles infunda coragem e confiança.
Queridos irmãos e irmãs! Cristo ressuscitado caminha à nossa frente para os novos céus e a nova terra (cf. Ap 21, 1), onde finalmente viveremos todos como uma única família, filhos do mesmo Pai. Ele está conosco até ao fim dos tempos. Sigamos as suas pegadas, neste mundo ferido, cantando o aleluia. No nosso coração, há alegria e sofrimento; na nossa face, sorrisos e lágrimas. A nossa realidade terrena é assim. Mas Cristo ressuscitou, está vivo e caminha connsco. Por isso, cantamos e caminhamos, fiéis ao nosso compromisso neste mundo, com o olhar voltado para o Céu.
Boa Páscoa a todos!

Mensagem de Páscoa do Santo Padre - II

Tal como os raios do sol, na primavera, fazem brotar e desabrochar os rebentos nos ramos das árvores, assim também a irradiação que dimana da Ressurreição de Cristo dá força e significado a cada esperança humana, a cada expectativa, desejo, projeto. Por isso, hoje, o universo inteiro se alegra, implicado na primavera da humanidade, que se faz intérprete do tácito hino de louvor da criação. O aleluia pascal, que ressoa na Igreja peregrina no mundo, exprime a exultação silenciosa do universo e sobretudo o anseio de cada alma humana aberta sinceramente a Deus, mais ainda, agradecida pela sua infinita bondade, beleza e verdade.
«Na vossa ressurreição, ó Cristo, alegrem-se os céus e a terra». A este convite ao louvor, que hoje se eleva do coração da Igreja, os «céus» respondem plenamente: as multidões dos anjos, dos santos e dos beatos unem-se unânimes à nossa exultação. No Céu, tudo é paz e alegria. Mas, infelizmente, não é assim sobre a terra! Aqui, neste nosso mundo, o aleluia pascal contrasta ainda com os lamentos e gritos que provêm de tantas situações dolorosas: miséria, fome, doenças, guerras, violências. E todavia foi por isto mesmo que Cristo morreu e ressuscitou! Ele morreu também por causa dos nossos pecados de hoje, e também para a redenção da nossa história de hoje Ele ressuscitou. Por isso, esta minha mensagem quer chegar a todos e, como anúncio profético, sobretudo aos povos e às comunidades que estão a sofrer uma hora de paixão, para que Cristo Ressuscitado lhes abra o caminho da liberdade, da justiça e da paz.


Mensagem de Páscoa do Santo Padre - I

«In resurrectione tua, Christe, coeli et terra laetentur – Na vossa Ressurreição, ó Cristo, alegrem-se os céus e a terra» (Liturgia das Horas).
Amados irmãos e irmãs de Roma e do mundo inteiro!
A manhã de Páscoa trouxe-nos este anúncio antigo e sempre novo: Cristo ressuscitou! O eco deste acontecimento, que partiu de Jerusalém há vinte séculos, continua a ressoar na Igreja, que traz viva no coração a fé vibrante de Maria, a Mãe de Jesus, a fé de Madalena e das primeiras mulheres que viram o sepulcro vazio, a fé de Pedro e dos outros Apóstolos.
Até hoje – mesmo na nossa era de comunicações supertecnológicas – a fé dos cristãos assenta naquele anúncio, no testemunho daquelas irmãs e daqueles irmãos que viram, primeiro, a pedra removida e o túmulo vazio e, depois, os misteriosos mensageiros que atestavam que Jesus, o Crucificado, ressuscitara; em seguida, o Mestre e Senhor em pessoa, vivo e palpável, apareceu a Maria de Magdala, aos dois discípulos de Emaús e, finalmente, aos onze, reunidos no Cenáculo (cf. Mc 16,9-14).
A ressurreição de Cristo não é fruto de uma especulação, de uma experiência mística: é um acontecimento, que ultrapassa certamente a história, mas verifica-se num momento concreto da história e deixa nela uma marca indelével. A luz, que encandeou os guardas de sentinela ao sepulcro de Jesus, atravessou o tempo e o espaço. É uma luz diferente, divina, que fendeu as trevas da morte e trouxe ao mundo o esplendor de Deus, o esplendor da Verdade e do Bem.




Onde tua vitória, ó Morte?


Onde está a tua vitória, ó Inferno?
Onde está o teu aguilhão, ó Morte?
Cristo ressuscitou e foste arrasada!
Cristo ressuscitou e os demônios foram vencidos!
Cristo ressuscitou e os anjos rejubilaram-se!
Cristo ressuscitou e a vida foi restituída!
Cristo ressuscitou e nenhum morto ficou no túmulo!
Cristo ressuscitou dos mortos
e tornou-se primícias de todos os mortos!
A ele a glória e o poder pelos séculos dos séculos.






A vitória do Ressuscitado segundo Mateus (28,1-10)


1Depois do sábado, ao raiar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. 2De repente, houve um grande terremoto: o anjo do Senhor desceu do céu e, aproximando-se, removeu a pedra e sentou-se nela. 3Sua aparência era como um relâmpago, e suas vestes, brancas como a neve. 4Os guardas ficaram com tanto medo do anjo que tremeram e ficaram como mortos.
5Então o anjo falou às mulheres: “Vós não precisais ter medo! Sei que rocurais Jesus, que foi crucificado. 6Ele não está aqui! Ressuscitou, como havia dito! Vinde ver o lugar em que ele estava. 7Ide depressa contar aos discípulos: ‘Ele ressuscitou dos mortos e vai à vossa frente para a Galileia. Lá o vereis’. É o que tenho a vos dizer”.
8E saindo às pressas do túmulo, com sentimentos de temor e de grande alegria, correram para dar a notícia aos discípulos. 9Nisso, o próprio Jesus veio-lhes ao encontro e disse: “Alegrai-vos!” Elas se aproximaram e abraçaram seus pés, em adoração. 10Jesus lhes disse: “Não tenhais medo; ide anunciar a meus irmãos que vão para a Galileia. Lá me verão”.
Eis, meu Leitor: estamos depois do sábado! Passou o sábado da antiga criação, passou o sábado da antiga aliança, passou o sábado dos judeus!
Estamos agora num tempo novo, “ao raiar do primeiro dia” depois do sábado, primeiro dia de um mundo novo, de um tempo novo, de uma aliança nova, selada no Novo Adão! Mas, Maria Madalena e Maria de Alfeu ainda não sabem. Vão ao túmulo logo cedo: “foram ver o sepulcro”... Não puderam fazê-lo no sábado dos judeus para não o violarem com uma caminhada maior que a prática judaica permitia... Vão porque amam, vão porque têm saudades do Mestre, vão porque não conseguem esquecê-lo. Segundo Marcos ( cf. Mc 16,1) e os outros evangelistas, elas teriam ido embalsamar o corpo de Jesus. Não é provável: primeiro, fazia somente um dia que o Senhor tinha sido sepultado; não se deveria mexer no seu cadáver... Depois, a guarda montada pelo Sinédrio não permitiria. Além do mais, essas mulheres não poderiam rolar a pedra do sepulcro... Penso que é preciso dar razão a Mateus: as mulheres foram simplesmente visitar o túmulo. E, então, o Anjo do Senhor abre o túmulo de modo miraculoso. Observe, meu Leitor, que o Anjo não somente abre o túmulo – e não para que Jesus saia (ele já ressuscitara de madrugada!), mas para que as mulheres possam entrar e ver a visão mais impressionante, mais feliz, mais surpreendente de toda a história humana: o túmulo estava vazio -; o Anjo também provoca terror na guarda sinedrita, que fica totalmente paralisada! Note que o Anjo tem aspecto divino, sobre-humano, indescritível. Mateus o compara a um relâmpago! Algo que não se pode de modo algum imaginar!
E, então, a fala desse Mensageiro celeste: “Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui! Ressuscitou como havia dito!” Meu caro Leitor, tente imaginar o efeito destas palavras naquelas mulheres: surpresa, espanto, vertigem! De repente a tristeza mais triste torna-se total alegria, exultação, certeza, luz! Pense em uma realidade inesperada, chegada de repente, dessas que subverte tudo, que muda a maior escuridão, de repente, sem gradualidade, na luz mais esfuziante, na luminosidade mais intensa! “Ele, o crucificado, o homem de dores, aquele que vistes macerado, feito cadáver, não está aqui! Não, não! Não roubaram o cadáver, não foi levado pelos insensíveis sinedritas: ele ressuscitou! Compreendei: ele venceu a morte, ele é o Vivente para sempre! Ele está vivo! Melhor: ele é a Vida, a fonte da Vida, o Vivificador! Como ele tinha dito, assim se fez!” Tente, Leitor, tente imaginar: a certeza mais certa de que Jesus era realmente o Messias de Israel, de que Jesus era o enviado de Deus, de que realmente as promessas divinas nele se cumpriram. Para um judeu a ressurreição somente aconteceria no Último Dia, no Dia do Senhor, no Terceiro Dia, conforme a profecia de Oséias (cf. Os 6,2). Pois agora, com a ressurreição, chegara o Último Dia, chegara o Dia do Senhor, o Terceiro Dia: “Em dois dias ele nos dará nova vida, no terceiro dia ele nos ressuscita e poderemos viver na sua presença!” Meu caro Leitor, que ninguém procure mais Jesus entre os mortos, num túmulo: “Por que procurais entre os mortos Aquele que está vivo? Não está aqui. Ressuscitou!” (Lc 24,5). Estas palavras bem que poderiam ser repetidas para tantos doutores, que procuram Jesus entre os mortos da história, entre os personagens do passado, entre as leis deste mundo! Nunca haverão de encontrá-lo, de vê-lo, de compreendê-lo! Simplesmente, não está aí! Ressuscitou! – E o Anjo convida as mulheres a verem pessoalmente, com seus próprios olhos, a pedra onde colocaram seu corpo... Agora está vazia!
Depois a ordem, a missão: “Ide depressa! Não há tempo a perder! Ide contar aos discípulos: Ele ressuscitou dos mortos e vai à vossa frente para a Galileia. Lá o vereis!” E lá vão as mulheres, alegres e medrosas ao mesmo tempo, diante de notícia tão misteriosa, de fato cujas consequências elas sequer podem imaginar! Correm para cumprir a missão, para dar a notícia que nunca ficara velha aos discípulos. E, então, outra surpresa, outro susto alegre, feliz, inacreditável: “O próprio Jesus veio ter com elas: Alegrai-vos! Elas se aproximaram e abraçaram seus pés, em adoração!” Não podemos imaginar o que se sentiu ali, o que se passou nessa ocasião!
Mas, Jesus nunca vem ao encontro dos seus por nada; sempre traz-lhes um missão: “Ide anunciar aos meus irmãos que vão para a Galileia. Lá me verão!” “Meus irmãos!” – Jesus nunca chamara assim os discípulos! Mas, agora, depois, da agonia, da dor, da cruz, da morte, do sangue derramado... “Meus irmãos!” É isto que nós somos, porque recebemos o mesmo Espírito que ele recebeu do Pai na ressurreição!
E depois, a ordem de irem a Galileia... Recorde, meu Leitor: a cena se passa em Jerusalém, centro do antigo Povo de Deus, centro da vida religiosa judaica, Cidade da Antiga Aliança. Ali estava o Templo, ali se celebravam as grandes festas judaicas, para lá os judeus peregrinavam e Jesus tantas vezes peregrinou. Para Jerusalém Jesus dirigiu-se para cumprir seu destino e selar sua missão “pois não é possível que um Profeta pereça fora de Jerusalém”(Lc 13,33). E lá, em Jerusalém, ele foi o Cordeiro imolado, entregue pelos pecados nossos e do mundo inteiro.
Mas, agora, depois de ter consumado a sua obra, depois de ter instaurado com sua morte e ressurreição a Nova e Eterna Aliança, Jerusalém, a da terra, está definitivamente superada. Lá, no âmbito do judaísmo, do Templo, da sinagoga, já não se poderá mais encontrar Jesus; ele não mais está lá, não mais no judaísmo! Não haverá Messias para os judeus, a não ser quando o Senhor nosso se manifestar no final dos tempos, "pois eu vo-lo digo, doravante não me vereis mais, até que digais: Bendito seja em nome do Senhor aquele que vem ” (Mt, 23,39).
“Ide anunciar aos meus irmãos que se dirijam à Galileia; lá eles me verão!” Na Galileia: é lá que o Senhor espera os seus discípulos! Bem longe de Jerusalém. Surpreendente! Primeiro, o Senhor manda que seus discípulos se dirijam para lá. Por quê? A Galileia é região mista, dos judeus vivendo misturados com os pagãos. Mateus, citando Isaías, chama-a “Galileia das Nações” (cf. 4,15). Antes, Jesus proibia que seus discípulos se dirigissem aos pagãos; deveriam primeiro ir à Casa de Israel (cf. Mt 10,6). Agora, ressuscitado, ele ordena aos seus discípulos, à sua Igreja, que se dirijam aos pagão, à Galileia das Nações, se quiserem encontrá-lo! Lá, na Galileia, no mundão afora, ele nos precede, ele nos espera, ele se deixa encontrar, deixa-se ver! Lá, na Galileia, ele nos diz sempre: “Toda a autoridade sobre o céu e sobre a terra me foi entregue! Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem meus discípulos... E eu estarei convosco todos os dias, até a consumação dos séculos!” (Mt 28,18ss)
Hoje, quando alguns teólogos sabichões e alguns pastores medrosos, de mentalidade mais fascinada pela ideologia dominante que pelas palavras de Jesus, têm medo de anunciar o Evangelho, de chamar as pessoas, os povos, o mundo à conversão, quando muitos cristãos, esquecidos do Evangelho, insinuam que todas as religiões são boas, são reveladas e levam a Deus, a palavra do Senhor aparece com toda a sua força revolucionária. “Eu vos espero na Galileia do mundo. Não para serdes mundanos, não para tomar os modos do mundo, mas para anunciar o meu Nome, para levar a salvação que somente em mim pode ser alcançada. Não tenhais medo! Tende coragem: anunciando o meu nome, ver-me-eis, encontrar-me-eis, experimentareis que eu estou vivo! Não temais! Não penseis em sucesso, não façais cálculos humanos, não domestiqueis o meu Evangelho à medida do mundo, não façais concessões! Amai como eu amei, abraçai a cruz como eu abracei, tende paciência como eu tive, suportai como eu suportei, sofrei como eu sofri, servi como eu servi! Crede em mim, esperai em mim, confiai em mim! Vós havereis de experimentar: Eu estarei convosco todos os dias, até a consumação dos séculos!"






Bento XVI: Homilia da Noite de Páscoa - I

Amados irmãos e irmãs,
Dois grandes sinais caracterizam a celebração litúrgica da Vigília Pascal. Temos antes de mais nada o fogo que se torna luz. A luz do círio pascal que, na procissão através da igreja encoberta na escuridão da noite, se torna uma onda de luzes, fala-nos de Cristo como verdadeira estrela da manhã eternamente sem ocaso, fala-nos do Ressuscitado em quem a luz venceu as trevas.
O segundo sinal é a água. Esta recorda, por um lado, as águas do Mar Vermelho, o afundamento e a morte, o mistério da Cruz; mas, por outro, aparece-nos como água nascente, como elemento que dá vida na aridez. Torna-se assim imagem do sacramento do Batismo, que nos faz participantes da morte e ressurreição de Jesus Cristo.


 


Bento XVI: Homilia da Noite de Páscoa - II


Mas não são apenas estes grandes sinais da criação, a luz e a água, que fazem parte da liturgia da Vigília Pascal; outra característica verdadeiramente essencial da Vigília é o fato de nos proporcionar um vasto encontro com a palavra da Sagrada Escritura. Antes da reforma litúrgica, havia doze leituras do Antigo Testamento e duas do Novo. As do Novo Testamento permaneceram; entretanto o número das leituras do Antigo Testamento acabou fixado em sete, que, atendendo às situações locais, se podem reduzir a três leituras.
A Igreja quer, através de uma ampla visão panorâmica, conduzir-nos ao longo do caminho da história da salvação, desde a criação passando pela eleição e a libertação de Israel até aos testemunhos proféticos, pelos quais toda esta história se orienta cada vez mais claramente para Jesus Cristo.
Na tradição litúrgica, todas estas leituras se chamavam profecias: mesmo quando não são diretamente vaticínios de acontecimentos futuros, elas têm um caráter profético, mostram-nos o fundamento íntimo e a direção da história; fazem com que a criação e a história se tornem transparentes no essencial. Deste modo tomam-nos pela mão e conduzem-nos para Cristo, mostram-nos a verdadeira luz.



 

sexta-feira, 22 de abril de 2011

visão cristã!

Liturgia da Sexta-feira Santa: A Igreja Esposa ao lado do Cristo Esposo


O fel lhe dão por bebida

sobre o madeiro sagrado.

Espinhos, cravos e lança

ferem seu corpo e seu lado.

No sangue e água que jorram,

mar, terra e céu são lavados.


Ó cruz fiel sois a árvore

mais nobre em meio às demais,

que selva alguma produz

com flor e frutos iguais.

Ó lenho e cravos tão doces,

um doce peso levais.


Árvore, inclina os teus ramos,

abranda as fibras mais duras.

A quem te fez germinar

minora tantas torturas.

Leito mais brando oferece

ao Santo Rei das alturas.


Só tu, ó Cruz, mereceste

suster o preço do mundo

e preparar para o náufrago

um porto, em mar tão profundo.

Quis o cordeiro imolado

banhar-te em sangue fecundo.


Glória e poder à Trindade.

Ao Pai e ao Filho Louvor.

Honra ao Espírito Santo.

Eterna glória ao Senhor,

que nos salvou pela graça

e nos remiu pelo amor.






Escrito por Dom Henrique

Liturgia das Horas - Ofício das Leituras de Sexta-feira Santa


Os reis de toda a terra se reúneme conspiram os governos todos juntos

contra o Deus onipotente e o seu Ungido.


Eles repartem entre si as minhas vestes

e sorteiam entre si a minha túnica.


Os que buscam matar, me perseguem

e procuram tirar minha vida.


As falsas testemunhas se ergueram.

vomitam violência contra mim.




Foi levado como ovelha ao matadouro;

e, maltratado, não abriu a sua boca;

Foi condenado para a vida de seu povo.

Ele próprio entregou a sua vida

e deixou-se colocar entre os facínoras.

Foi condenado para a vida de seu povo.


Não foi nem com ouro nem prata

que fostes remidos, irmãos;

mas sim pelo sangue precioso

de Cristo, o Cordeiro sem mancha.

Por ele nós temos acesso num único Espírito ao Pai.

O sangue do Filho de Deus nos lava de todo pecado.

Por ele nós temos acesso num único Espírito ao Pai.





Escrito por Dom Henrique

quinta-feira, 3 de março de 2011

papa explicar regra da obidiência: "Tudo por amor, nada por força"

Papa explica regra da obediência: "tudo por amor, nada por força"

Leonardo Meira
Da Redação


AP
''Só em Deus encontrareis a verdadeira alegria e a realização plena'', afirma o Papa
O Papa Bento XVI falou sobre o francês São Francisco de Sales, Bispo e Doutor da Igreja - que viveu entre os séculos XV e XVI, época de discussões teológicas sobre predestinação e fortalecimento do calvinismo -, na Catequese desta quarta-feira, 2.

O Pontífice apontou um dos ensinamentos do santo como estrada para a verdadeira obediência:

"
Adverte-se bem, lendo o livro sobre o amor de Deus e ainda mais as outras tantas cartas de direção e de amizade espiritual, aquele conhecedor do coração humano que foi São Francisco de Sales. A Santa Giovanna di Chantal escreve: '[…]Eis a regra da nossa obediência que vos escrevo em letras maiúsculas: FAZER TUDO POR AMOR, NADA POR FORÇA - AMAR MAIS A OBEDIÊNCIA QUE TEMER A DESOBEDIÊNCIA.Deixo-vos o espírito de liberdade, não enquanto aquele que exclui a obediência, porque essa é a liberdade do mundo; mas aquele que exclui a violência, a ânsia e o escrúpulo'", recordou.

Acesse
.: 
NA ÍNTEGRA: Catequese de Bento XVI sobre São Francisco de Sales

O Santo Padre também lembrou que a época atual busca a liberdade, também com violência e inquietudes. Exatamente por isso, não deve escapar a atualidade do grande mestre de espiritualidade e paz que foi São Francisco, "que entrega a seus discípulos o 'espírito de liberdade', aquela verdadeira, no cume de um ensinamento fascinante e completo sobre a realidade do amor. [...] Recorda que o homem traz inscrita no profundo de si a nostalgia de Deus e que somente n'Ele encontra a verdadeira alegria e a sua realização mais plena", afirmou o Papa.

Francisco
 de Sales viveu um drama espiritual e teve grandes dúvidas sobre a própria salvação eterna e a predestinação de Deus a seu respeito. No ápice de sua provação, dirigiu-se à igreja dos Dominicanos, em Paris, abriu o coração e rezou: "Aconteça o que acontecer, Senhor, tu que tens tudo na tua mão, e cujas vias são justiça e verdade; seja o que for que tu tenhas estabelecido para mim...; tu que és sempre justo juiz e Pai misericordioso, eu te amarei, Senhor [...], te amarei aqui, ó meu Deus, e esperarei sempre na tua misericórdia, e sempre repetirei o teu louvor... Ó, Senhor Jesus, tu serás sempre a minha esperança e a minha salvação na terra dos vivos".

"Aos vinte anos, Francisco encontrou a paz na realidade radical e libertadora do amor de Deus: amá-lo sem nunca pedir nada em troca e confiar no amor divino; não questionar mais o que fará Deus comigo: eu o amo simplesmente, independentemente de o quanto me dá ou não me dá", salientou o Pontífice.


Chamado universal

Na obra Introdução à vida devota (1607), Francisco de Sales destina um convite que poderia parecer, à época, revolucionário: "É o convite a ser completamente de Deus, vivendo em plenitude a presença no mundo e as obrigações do próprio estado. [...] Nascia assim aquele apelo aos leigos, aquele cuidado pela consagração das coisas temporais e pela santificação do cotidiano, sobre as quais insistirão o Concílio Vaticano II e a espiritualidade do nosso tempo", relata o Bispo de Roma.

Bento XVI sublinha que São Francisco tem uma visão do ser humano na qual a "razão" está articulada em torno daquilo que os grandes místicos chamam de "topo", "ponta" do espírito, "fundo da alma": "É o ponto em que a razão, percorridos todos os seus graus, 'fecha os olhos' e a consciência torna-se totalmente unidade com o amor. [...] São Francisco de Sales o resume em uma célebre frase: 'O homem é a perfeição do universo; o espírito é a perfeição do homem; o amor é a perfeição do espírito, e a caridade a perfeição do amor'".

Na obra Tratado do Amor de Deus (1616), Francisco explica que o itnierário rumo a Deus "parte do reconhecimento da natural inclinação, inscrita no coração do homem enquanto pecador, a amar a Deus sobre todas as coisas. [...] Um tal Deus atrai a si o homem com vínculos de amor, isto é, de verdadeira liberdade. [...] Encontramos no tratado do nosso Santo uma meditação profunda sobre a vontade humana e a descrição do seu fluir, passar, morrer, para viver no completo abandono não somente à vontade de Deus, mas àquilo que a Ele apraz, ao seu 'bon plaisir', ao seu beneplácito", explica Bento XVI.



São Francisco de Sales

Nasceu em 1567, 
em uma região francesa de fronteira, e era filho do Senhor de Boisy, antiga e nobre família da Savoia. Viveu entre dois séculos, o XV e o XVI. A sua formação foi muito acurada; em Paris, fez os estudos superiores, dedicando-se também à teologia, e, na Universidade de Pádua, fez os estudos de jurisprudência, como desejava seu pai, e concluiu-os de modo brilhante, com a láurea em utroque iure em direito canônico e direito civil.

Durante a juventude, refletindo sobre o pensamento de Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, teve uma crise profunda que o levou a se interrogar sobre a própria salvação eterna e a predestinação de Deus a seu respeito, "sofrendo como verdadeiro drama espiritual as principais questões teológicas do seu tempo. Rezava intensamente, mas a dúvida o atormentou de modo tão forte que, por algumas semanas, chegou a ficar quase que completamente sem comer e dormir", narrou o Pontífice.
Aos 18 de dezembro de 1593, foi ordenado sacerdote. Em 1602, torna-se Bispo de Genebra, em um período em que a cidade era fortaleza do Calvinismo, tanto que a sede episcopal encontrava-se "exilada" em Annecy. 
"É apóstolo, pregador, escritor, homem de ação e de oração; comprometido em realizar os ideais do Concílio de Trento; envolvido na controvérsia e no diálogo com os protestantes, experimentando sempre mais, para além do necessário confronto teológico, a eficácia da relação pessoal e da caridade; encarregado de missões diplomáticas em nível europeu, e de tarefas sociais de mediação e reconciliação. Mas, sobretudo, São Francisco de Sales é guia das almas", afirma Bento XVI.
Morreu em 1622, aos 55 anos, após uma existência assinalada pela dureza dos tempos e pela fadiga apostólica.

A audiência

O encontro do Bispo de Roma com os fiéis reunidos na Sala Paulo VI aconteceu às 6h30 (horário de Brasília - 10h30 em Roma). O Papa continua uma breve série de encontros para completar a apresentação dos Doutores da Igreja, no contexto de Catequeses dedicadas aos padres da Igreja e grandes figuras de teólogos e mulheres da Idade média.
Ao final da Audiência Geral, o Santo Padre recebeu em visita privada a diretora-executiva do Programa Alimentar Mundial (Pam), Josette Sheeran, que acaba de regressar de uma missão do organismo na fronteira entre Líbia e Tunísia. Após o encontro, a diretora falou do interesse e preocupação do Papa com tantas pessoas inocentes afetadas pelos conflitos anquela região e agradeceu a ajuda da Igreja na tarefa de fornecer alimentos a quantos passam fome no mundo.

Na saudação aos fiéis de língua portuguesa, o Papa salientou:

"
sede bem-vindos! São Francisco de Sales lembra que cada ser humano traz inscrita no íntimo de si a nostalgia de Deus. Possais todos dar-vos conta dela e por ela orientar as vossas vidas, pois só em Deus encontrareis a verdadeira alegria e a realização plena. Para tal, dou-vos a minha bênção. Ide em paz!
".


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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O DEUS ADORÁVEL DOS CRISTÃOS - VISÃO CRISTÃ

O Deus dos cristãos é diferente de todos os outros; é o Deus revelado por Jesus, revelado precisamente como Pai: “Pai... manifestei o teu nome aos homens” (Jo 17,6); “Quando orardes dizei: Pai!” (Lc 11,2).
Em todas as religiões, quando os homens dizem “Deus”, pensam-no a partir do mundo ou de si mesmosOs cristãos, chamando-o Pai, pensam e dizem Deus em sua relação com o Filho, na qual ele é eternamente Deus-Pai. Assim, ao denominá-lo “Pai”, apontam para o mistério profundo da vida mais íntima do próprio Deus. Ele é o Pai do Filho, eternamente; por isso é chamado “Pai”; não porque é pai nosso, mas porque é o Pai do eterno Filho... somente por isso pode ser também pai nosso!
Quando denominamos Deus de Pai, fazemo-lo a partir do que Jesus nos ensinou. Ora, esta paternidade divina é totalmente diferente da do homem, já queDeus é o Pai essencial e absoluto: ele é somente Pai, simplesmente Pai, totalmente Pai! Só existe porque é Pai e seu ser é total e simplesmente paterno!Para ele, Pai é o primeiro nome, ao qual todos os outros se subordinam, até mesmo o de Senhor do céu e da terra: “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra” (Mt 11,25).
Sendo assim, a paternidade em Deus é um mistério que nunca poderemos sondar: somente o Filho e o Santo Espírito a conhecem. Os Santos Padres compreendiam bem a grandeza do mistério. São Cirilo de Alexandria nos advertia: “Crê pela fé que Deus tem um Filho e não te canses querendo saber como. Porque é inútil, não conseguirás saber!” E São Gregório da Nazianzo chegava a demonstrar indignação: “Como o Filho é gerado? Repito-o com a indignação que essa questão merece: a geração de Deus é honrada com o silêncio. Já é muito para ti saber que ele é gerado!”
Assim, tirando as sandálias dos pés, vamos nos aproximar desse Mistério tão santo! Vamos aos poucos, passo a passo, para podermos aprofundar e saborear ao máximo que pudermos tão grande e doce realidade!

 

O adorável Deus dos cristãos - II



Comecemos pensando em Adão: ele foi o primeiro criado, modelado pelas mãos de Deus... quanto ao Filho, diversamente de Adão, ele é o primogênito de toda criatura (cf. Cl 1,15). Ele não é modelado pelo Pai, não foi criado, mas brota da sua própria substância, quer dizer, do próprio ser do Pai: “Farei permanecer após ti o filho saído de tuas entranhas (2Sm 7,12). Jesus se diz saído de Deus, de suas entranhas; ele vem das profundezas do mistério do Pai! Ele saiu de seu Pai naquilo que há de mais íntimo em Deus! Trata-se de uma geração tão real e plena que jamais poderemos imaginar! Na terra, a criança nasce “do sangue e da vontade da carne”, quer dizer,daquilo que o homem tem: de sua natureza humana e terrestre; ele não vem daquilo que o homem é em sua profundidade, no âmago do seu ser, ali onde ele é ao máximo ele mesmo, isto é, de sua pessoa. Pense-se, por exemplo, naquelas gerações traumáticas, fruto de relações pré-matrimoniais, de estupros, etc... Por isso mesmo,na terra, não existe pai essencial nem filho essencialO Filho único, ao invés, não saiu da natureza divina que o Pai tivesse. A pessoa do Pai, enquanto tal, é que gera! Na vida divina, tudo começa no Pai; não existe essência divina da qual jorram as pessoas. Na origem está o Pai, do qual jorra, com o Filho, o Espírito. É neste jorrar amoroso que se concretiza a essência divina! Assim, na vida divina, é o Pai enquanto Pai quem gera: a Primeira Pessoa somente pode existir como Pai-que-gera-o-Filho; em outras palavras: o ser do Pai se constitui gerando o Filho!
Esta geração é um ato de profundo amor: o Pai é manancialidade pura, é gratuito e amante extravasamento de amor, ele é o Gerante, o eterno Amante! Ele é fecundidade infinita, Amante inicial, nunca motivado, sempre motivante: o Deus que sempre amou primeiro! A geração do Filho não somente é eterno amor, mas eterna humildade, eterno êxodo, eterna pobreza: amando o Pai sai de si, se arrisca, se joga... em certo sentido, se aliena de si para existir no outro Amado! Essa alienação eterna, esse despojamento eterno do Amante abre eternamente espaço ao Amado, numa eterna e infinita kénosis do Pai! Ao Filho amado o Pai dá tudo... melhor, dá-se todo, exceto - porque não o pode! -, a sua paternidade: ele é eternamente o Princípio, a Fonte, o Início, a Iniciativa amante!

 



O adorável Deus dos cristãos - III


Mas, se amando o Pai ama e, amando, gera, também o Filho, deixando-se amar, ama e, amando, é gerado! Se o Pai é manancialidade de amor amante, o Filho é total receptividade do amor amado; se o Pai ama doando total e absolutamente, o Filho ama recebendo total e absolutamente: ele é pura receptividade do Amor, é o “Amado antes da criação do mundo” (Jo 17,24). O Filho é o outro no Amor, aquele sobre o qual repousa o Amor do Pai. Se dar tudo no Amor é ato de eterna e infinita humildade e pobreza, receber tudo no Amor é, do mesmo modo, infinita humildade. Assim, o Filho é, na sua pura receptividade, na divina pobreza do seu acolher, aquele no qual o Pai plenamente se comunica e se exprime, a plena expressão e comunicação do Pai, a sua Palavra eterna, o Verbo, a Imagem transparente e irradiante dele. Se o Pai é o eterno Silêncio, o Mistério insondável, o Filho é a Palavra eterna e fidelíssima que brota do Silêncio e o exprime!“Quem me vê, vê o Pai!” Na sua eterna pobreza, o Filho é reflexo puro e perfeito do Pai (cf. Hb 1,1-3)!

 



O Adorável Deus dos cristãos - IV


O Pai é o eterno Amante que gera o Filho, eterno Amado! Mas, a geração do Filho seria impensável sem o Amor eterno! Este Amor é o Santo Espírito! Deus gera amando, gera no Amor; gera, portanto, no Espírito, que é o Amor do Pai que repousa sobre o Filho! É no Espírito de Amor que o Pai é Pai porque é no Espírito que ele gera! É dando o Espírito que o Pai gera o Filho e é recebendo, acolhendo graciosamente o Espírito que o Filho é Filho, que é o Amado! Assim, o Espírito é o laço de Amor entre o Amante e o Amado: no Pai, ele é Espírito de paternidade; no Filho, é Espírito de filiação; em ambos é Amor: gerante em um, gerado no outro! É no Espírito que o Filho se deixa amar e revela seu amor pelo Pai. Porque o Espírito é Amor que brota do Pai para o Filho, dizemos que ele procede do Pai; porque este mesmo Espírito é Amor recebido pelo Filho que, recebendo-o ama, permitindo que exista o Amor (pois somente pode haver amor se há um amante e um amado), dizemos que o Espírito procede também do Filho: procede do Pai e do Filho! Assim, é Espírito de Amor, Espírito de unidade, ninho amoroso e aconchegante que une Pai e Filho. No Amor, Amante e Amado se diferenciam e se unem, pois é o Espírito que está em um e em outro!
Assim, a Pessoa do Pai se constitui na geração do Filho e na processão do Espírito. Por isso o Pai não é anterior ao Filho, apesar de ser a sua fonte. Os dois são co-eternos e o mistério do Pai se realiza e se esgota por inteiro na geração do Filho: é este o único “querer” e a única ação do Pai – e isto o faz ser o que é: Pai! Quanto à terceira Pessoa, ela não é última e não vem depois das outras, já que é nela que se constituem a Pessoa do Pai e a Pessoa do Filho: os dois, que são chamados primeiros, são pessoas em seu Amor mútuo, isto é, na terceira! Embora a personalidade do Espírito seja menos bem representada (ele é chamado com nomes impessoais: espírito, sopro, água viva, fogo), é ele o princípio de toda personalização. Na enumeração trinitária ele é posto no fim; porém não é nele que termina e repousa a ação do Pai: a paternidade de Deus tem como fim somente o Filho. O movimento trinitário tem como fonte o Pai e como termo o Filho. Quanto ao Espírito, embora não seja fonte nem termo, está na fonte e no termo: um é o Gerante, outro é o Gerado e outro é a Geração; um é o Pai, outro é o Filho e outro é o Espírito. E se é verdade que nenhuma pessoa procede dele, nem por isso é ele atingido pela esterilidade: ele é a própria fecundidade de Deus, o selo da perfeição do Amor divino!
Nossas palavras são pobres, inadequadas, quase que blasfemas, ante o Mistério trinitário! Aqui, não há mais lugar para palavras, mas somente para a silenciosa e amorosa adoração!

 
D. Henrique
Fonte: visão Cristã

Infância missionária reflete estilo de vida proposto por Jesus

Refletir, debater e confrontar sobre o novo "estilo de vida" que nos propõe Jesus: é esse o objetivo a que se propõe a conferência dos responsáveis pela Pontifícia Obra da Infância Missionária. O encontro começa nesta sexta-feira, 25, e vai até domingo, em Roma, com o tema “Repartir o pão para todos os povos”, título do Dia Mundial das Missões, celebrado recentemente.
A conferência será aberta com a palestra do Padre Giulio Albanese: “Partir o pão ... e se não tem pão?”. A seguir, uma reflexão bíblica aos cuidados de Emma Gremmo, do Centro Fraternidade Missionária de Piombino, e, depois do jantar, a partilha das atividades realizadas na diocese. Amanhã, sábado, dia 26, após a reflexão bíblica, Padre Piero Masolo e Ilaria Mantegazza, animadores do PIME de Milão, irão propor suas dinâmicas. Na parte da tarde estão previstos trabalho de grupos sobre o tema do Dia Mundial das Missões 2011 e a preparação do material de animação para o Dia Mundial dos Meninos 2012.
A conferência se encerrará no domingo, 27, com a apresentação de novos projetos da Pontifícia Obra da Infância Missionária, as conclusões de Dom Gianni Cesena, diretor italiano das Pontifícias Obras Missionárias, e a Santa Missa.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

aumenta número de batizados na Igreja Católica

Entre 2008 e 2009, o número de católicos no mundo aumentou 1,3% (de 1,166 para 1,181 bilhão). Já o total de sacerdotes cresceu 0,34% (de 409.197 para 410.593). Os dados fazem parte do Anuário Pontifício, divulgado na manhã deste sábado, 19.

O volume revela várias novidades sobre a vida da Igreja Católica no mundo. Confira as principais.


Fiéis batizados

O aumento absoluto de fiéis foi de 15 milhões, mas a distribuição do número de católicos é diferente da populacional – isto é, nem sempre a maior concentração de pessoas é sinônimo de quantidades maiores de cristãos.

Nas Américas, de 2008 a 2009, a população total correspondeu a 13,6% do total de habitantes no planeta. Por sua vez, o continente concentra 49,4% da população católica do mundo. Na Ásia, onde os habitantes correspondem a 60,7% da população mundial, o número de católicos está na ordem de 10,7% do total. Já na Europa, onde o número de habitantes é apenas três pontos percentuais inferior à América, a população católica corresponde a apenas 24% - praticamente metade do número de fiéis presentes nas Américas. Tanto para os países africanos quanto para os da Oceania, o peso da população sobre o total mundial não difere muito do número de católicos (15,2% e 0,8%, respectivamente, para a África e Oceania).


Clero
A população sacerdotal permanece com uma onda de crescimento moderada, iniciada no ano 2000, após um longo período de resultados bastante decepcionantes. O número dos sacerdotes, seja diocesanos, seja religiosos, aumentou 1,34% ao longo dos últimos 10 anos, passando de 405.178 em 2000 para 410.593 em 2009.

O aumento deriva do crescimento de 0,08% do clero religioso e ao aumento de 0,56% do diocesano. O decrescimento percentual afetou somente a Europa (-0,82% para os diocesanos e -0,99% para os religiosos), dado que nos outros continentes o número de sacerdotes como um todo aumentou. Com exceção da Ásia e da África, o clero religioso diminuiu em todos os lugares.

Já o número de Bispos no mundo passou – de 2008 a 2009 – passou de 5002 a 5065, com um aumento de 1,3%.O continente mais dinâmico é o africano (1,8%), seguido da Oceania (1,5%), enquanto Ásia (0,8%) e Américas (1,2%) estão abaixo da média geral. Para a Europa, o aumento é de cerca de 1,3%.

Os diáconos permanentes aumentaram 2,5%, passando de 37.203 em 2008 para 38.155 em 2009. A presença dos diáconos melhorou na Oceania e na Ásia em ritmos elevados: na Oceania, onde os diáconos não chegam ainda a 1% do total, o aumento foi de mais de 19%, chegando a 346 diáconos em 2009. Na Ásia, o incremento foi de 16%.
Mas o aumento mais considerável registra-se também nas áreas onde a presença já é quantitativamente mais relevante. Nas Américas e na Europa, onde, em 2009, residiam cerca de 98% dos diáconos permanentes do mundo, o crescimento foi de, respectivamente, 2,3% e 2,6% com relação a 2008.

O número dos candidatos ao sacerdócio no mundo cresceu 0,82%, passando de 117.024 em 2008 para 117.978 em 2009. Grande parte desse aumento atribui-se a Ásia e a África, com ritmos de crescimento de 2,39% e 2,20%, respectivamente. A Europa e as Américas registraram uma contração, respectivamente, de 1,64% e 0,17% no mesmo período.

Uma diminuição foi registrada entre os religiosos professos. Em 2008, eram 739.068; em 2009, eram 729.371. A crise, portanto, permanece, exceto na África e Ásia, onde há um aumento nos números.


Estrutura
Em 2010, foram erigidas pelo Santo Padre 10 novas Sedes Episcopais, 1 Exarcado Apostólico e 1 Vicariato Apostólico. Também foram elevadas: 1 Diocese a Sede Metropolitana; 2 Prelaturas a Dioceses; 2 Prefeituras e 1 Administração Apostólica a Vicariatos Apostólicos.

Os dados estatísticos, referentes ao ano de 2009, fornecem uma análise sintética das principais dinâmicas referentes à Igreja Católica nas 2956 circunscrições eclesiásticas do planeta.


O Anuário
Annuarium Statisticum Ecclesiae (Anuário Estatístico da Igreja) informa sobre os aspectos salientes que caracterizam a atividade da Igreja Católica nos diversos Países e nos Continentes em particular.

O Anuário Pontifício 2011 foi apresentado ao Papa Bento XVI na manhã deste sábado, 19, pelo secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, e pelo Substituto da Secretaria de Estado para Assuntos Gerais, Dom Fernando Filoni.

A redação do novo Anuário esteve aos cuidados do encarregado do Escritório Central de Estatística da Igreja, monsenhor Vittorio Formenti, do professor Enrico Nenna e de outros colaboradores.

Já o complexo trabalho de imprensa foi, por sua vez, gerenciado pelos padres Pietro Migliasso, SDB, Antonio Maggiotto,SDB, e Giuseppe Canesso, SDB, respectivamente Diretor-Geral, Diretor-Comercial e Diretor-Técnico da Tipografia Vaticana. O volume estará disponível em brave para venda nas livrarias.

O Santo Padre agradeceu pela homenagem, mostrando vivo interesse pelos dados ilustrados e desejando expressar Sua gratidão a todos aqueles que colaboraram para a nova edição do Anuário.

Leia mais
.: Anuário Pontifício 2010: estatísticas da Igreja no mundo