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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Mensagem de Páscoa do Papa Bento XVI

Possa alegrar-se aquela Terra que, primeiro, foi inundada pela luz do Ressuscitado. O fulgor de Cristo chegue também aos povos do Médio Oriente para que a luz da paz e da dignidade humana vença as trevas da divisão, do ódio e das violências. Na Líbia, que as armas cedam o lugar à diplomacia e ao diálogo e se favoreça, na situação atual de conflito, o acesso das ajudas humanitárias a quantos sofrem as consequências da luta. Nos países da África do Norte e do Médio Oriente, que todos os cidadãos – e de modo particular os jovens – se esforcem por promover o bem comum e construir um sociedade, onde a pobreza seja vencida e cada decisão política seja inspirada pelo respeito da pessoa humana. A tantos prófugos e aos refugiados, que provêm de diversos países africanos e se vêem forçados a deixar os afetos dos seus entes mais queridos, chegue a solidariedade de todos; os homens de boa vontade sintam-se inspirados a abrir o coração ao acolhimento, para se torne possível, de maneira solidária e concorde, acudir às necessidades prementes de tantos irmãos; a quantos se prodigalizam com generosos esforços e dão exemplares testemunhos nesta linha chegue o nosso conforto e apreço.
Possa recompor-se a convivência civil entre as populações da Costa do Marfim, onde é urgente empreender um caminho de reconciliação e perdão, para curar as feridas profundas causadas pelas recentes violências. Possa encontrar consolação e esperança a terra do Japão, enquanto enfrenta as dramáticas consequências do recente terremoto, e demais países que, nos meses passados, foram provados por calamidades naturais que semearam sofrimento e angústia.
Alegrem-se os céus e a terra pelo testemunho de quantos sofrem contrariedades ou mesmo perseguições pela sua fé no Senhor Jesus. O anúncio da sua ressurreição vitoriosa neles infunda coragem e confiança.
Queridos irmãos e irmãs! Cristo ressuscitado caminha à nossa frente para os novos céus e a nova terra (cf. Ap 21, 1), onde finalmente viveremos todos como uma única família, filhos do mesmo Pai. Ele está conosco até ao fim dos tempos. Sigamos as suas pegadas, neste mundo ferido, cantando o aleluia. No nosso coração, há alegria e sofrimento; na nossa face, sorrisos e lágrimas. A nossa realidade terrena é assim. Mas Cristo ressuscitou, está vivo e caminha connsco. Por isso, cantamos e caminhamos, fiéis ao nosso compromisso neste mundo, com o olhar voltado para o Céu.
Boa Páscoa a todos!

Mensagem de Páscoa do Santo Padre - II

Tal como os raios do sol, na primavera, fazem brotar e desabrochar os rebentos nos ramos das árvores, assim também a irradiação que dimana da Ressurreição de Cristo dá força e significado a cada esperança humana, a cada expectativa, desejo, projeto. Por isso, hoje, o universo inteiro se alegra, implicado na primavera da humanidade, que se faz intérprete do tácito hino de louvor da criação. O aleluia pascal, que ressoa na Igreja peregrina no mundo, exprime a exultação silenciosa do universo e sobretudo o anseio de cada alma humana aberta sinceramente a Deus, mais ainda, agradecida pela sua infinita bondade, beleza e verdade.
«Na vossa ressurreição, ó Cristo, alegrem-se os céus e a terra». A este convite ao louvor, que hoje se eleva do coração da Igreja, os «céus» respondem plenamente: as multidões dos anjos, dos santos e dos beatos unem-se unânimes à nossa exultação. No Céu, tudo é paz e alegria. Mas, infelizmente, não é assim sobre a terra! Aqui, neste nosso mundo, o aleluia pascal contrasta ainda com os lamentos e gritos que provêm de tantas situações dolorosas: miséria, fome, doenças, guerras, violências. E todavia foi por isto mesmo que Cristo morreu e ressuscitou! Ele morreu também por causa dos nossos pecados de hoje, e também para a redenção da nossa história de hoje Ele ressuscitou. Por isso, esta minha mensagem quer chegar a todos e, como anúncio profético, sobretudo aos povos e às comunidades que estão a sofrer uma hora de paixão, para que Cristo Ressuscitado lhes abra o caminho da liberdade, da justiça e da paz.


Mensagem de Páscoa do Santo Padre - I

«In resurrectione tua, Christe, coeli et terra laetentur – Na vossa Ressurreição, ó Cristo, alegrem-se os céus e a terra» (Liturgia das Horas).
Amados irmãos e irmãs de Roma e do mundo inteiro!
A manhã de Páscoa trouxe-nos este anúncio antigo e sempre novo: Cristo ressuscitou! O eco deste acontecimento, que partiu de Jerusalém há vinte séculos, continua a ressoar na Igreja, que traz viva no coração a fé vibrante de Maria, a Mãe de Jesus, a fé de Madalena e das primeiras mulheres que viram o sepulcro vazio, a fé de Pedro e dos outros Apóstolos.
Até hoje – mesmo na nossa era de comunicações supertecnológicas – a fé dos cristãos assenta naquele anúncio, no testemunho daquelas irmãs e daqueles irmãos que viram, primeiro, a pedra removida e o túmulo vazio e, depois, os misteriosos mensageiros que atestavam que Jesus, o Crucificado, ressuscitara; em seguida, o Mestre e Senhor em pessoa, vivo e palpável, apareceu a Maria de Magdala, aos dois discípulos de Emaús e, finalmente, aos onze, reunidos no Cenáculo (cf. Mc 16,9-14).
A ressurreição de Cristo não é fruto de uma especulação, de uma experiência mística: é um acontecimento, que ultrapassa certamente a história, mas verifica-se num momento concreto da história e deixa nela uma marca indelével. A luz, que encandeou os guardas de sentinela ao sepulcro de Jesus, atravessou o tempo e o espaço. É uma luz diferente, divina, que fendeu as trevas da morte e trouxe ao mundo o esplendor de Deus, o esplendor da Verdade e do Bem.




Onde tua vitória, ó Morte?


Onde está a tua vitória, ó Inferno?
Onde está o teu aguilhão, ó Morte?
Cristo ressuscitou e foste arrasada!
Cristo ressuscitou e os demônios foram vencidos!
Cristo ressuscitou e os anjos rejubilaram-se!
Cristo ressuscitou e a vida foi restituída!
Cristo ressuscitou e nenhum morto ficou no túmulo!
Cristo ressuscitou dos mortos
e tornou-se primícias de todos os mortos!
A ele a glória e o poder pelos séculos dos séculos.






A vitória do Ressuscitado segundo Mateus (28,1-10)


1Depois do sábado, ao raiar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. 2De repente, houve um grande terremoto: o anjo do Senhor desceu do céu e, aproximando-se, removeu a pedra e sentou-se nela. 3Sua aparência era como um relâmpago, e suas vestes, brancas como a neve. 4Os guardas ficaram com tanto medo do anjo que tremeram e ficaram como mortos.
5Então o anjo falou às mulheres: “Vós não precisais ter medo! Sei que rocurais Jesus, que foi crucificado. 6Ele não está aqui! Ressuscitou, como havia dito! Vinde ver o lugar em que ele estava. 7Ide depressa contar aos discípulos: ‘Ele ressuscitou dos mortos e vai à vossa frente para a Galileia. Lá o vereis’. É o que tenho a vos dizer”.
8E saindo às pressas do túmulo, com sentimentos de temor e de grande alegria, correram para dar a notícia aos discípulos. 9Nisso, o próprio Jesus veio-lhes ao encontro e disse: “Alegrai-vos!” Elas se aproximaram e abraçaram seus pés, em adoração. 10Jesus lhes disse: “Não tenhais medo; ide anunciar a meus irmãos que vão para a Galileia. Lá me verão”.
Eis, meu Leitor: estamos depois do sábado! Passou o sábado da antiga criação, passou o sábado da antiga aliança, passou o sábado dos judeus!
Estamos agora num tempo novo, “ao raiar do primeiro dia” depois do sábado, primeiro dia de um mundo novo, de um tempo novo, de uma aliança nova, selada no Novo Adão! Mas, Maria Madalena e Maria de Alfeu ainda não sabem. Vão ao túmulo logo cedo: “foram ver o sepulcro”... Não puderam fazê-lo no sábado dos judeus para não o violarem com uma caminhada maior que a prática judaica permitia... Vão porque amam, vão porque têm saudades do Mestre, vão porque não conseguem esquecê-lo. Segundo Marcos ( cf. Mc 16,1) e os outros evangelistas, elas teriam ido embalsamar o corpo de Jesus. Não é provável: primeiro, fazia somente um dia que o Senhor tinha sido sepultado; não se deveria mexer no seu cadáver... Depois, a guarda montada pelo Sinédrio não permitiria. Além do mais, essas mulheres não poderiam rolar a pedra do sepulcro... Penso que é preciso dar razão a Mateus: as mulheres foram simplesmente visitar o túmulo. E, então, o Anjo do Senhor abre o túmulo de modo miraculoso. Observe, meu Leitor, que o Anjo não somente abre o túmulo – e não para que Jesus saia (ele já ressuscitara de madrugada!), mas para que as mulheres possam entrar e ver a visão mais impressionante, mais feliz, mais surpreendente de toda a história humana: o túmulo estava vazio -; o Anjo também provoca terror na guarda sinedrita, que fica totalmente paralisada! Note que o Anjo tem aspecto divino, sobre-humano, indescritível. Mateus o compara a um relâmpago! Algo que não se pode de modo algum imaginar!
E, então, a fala desse Mensageiro celeste: “Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui! Ressuscitou como havia dito!” Meu caro Leitor, tente imaginar o efeito destas palavras naquelas mulheres: surpresa, espanto, vertigem! De repente a tristeza mais triste torna-se total alegria, exultação, certeza, luz! Pense em uma realidade inesperada, chegada de repente, dessas que subverte tudo, que muda a maior escuridão, de repente, sem gradualidade, na luz mais esfuziante, na luminosidade mais intensa! “Ele, o crucificado, o homem de dores, aquele que vistes macerado, feito cadáver, não está aqui! Não, não! Não roubaram o cadáver, não foi levado pelos insensíveis sinedritas: ele ressuscitou! Compreendei: ele venceu a morte, ele é o Vivente para sempre! Ele está vivo! Melhor: ele é a Vida, a fonte da Vida, o Vivificador! Como ele tinha dito, assim se fez!” Tente, Leitor, tente imaginar: a certeza mais certa de que Jesus era realmente o Messias de Israel, de que Jesus era o enviado de Deus, de que realmente as promessas divinas nele se cumpriram. Para um judeu a ressurreição somente aconteceria no Último Dia, no Dia do Senhor, no Terceiro Dia, conforme a profecia de Oséias (cf. Os 6,2). Pois agora, com a ressurreição, chegara o Último Dia, chegara o Dia do Senhor, o Terceiro Dia: “Em dois dias ele nos dará nova vida, no terceiro dia ele nos ressuscita e poderemos viver na sua presença!” Meu caro Leitor, que ninguém procure mais Jesus entre os mortos, num túmulo: “Por que procurais entre os mortos Aquele que está vivo? Não está aqui. Ressuscitou!” (Lc 24,5). Estas palavras bem que poderiam ser repetidas para tantos doutores, que procuram Jesus entre os mortos da história, entre os personagens do passado, entre as leis deste mundo! Nunca haverão de encontrá-lo, de vê-lo, de compreendê-lo! Simplesmente, não está aí! Ressuscitou! – E o Anjo convida as mulheres a verem pessoalmente, com seus próprios olhos, a pedra onde colocaram seu corpo... Agora está vazia!
Depois a ordem, a missão: “Ide depressa! Não há tempo a perder! Ide contar aos discípulos: Ele ressuscitou dos mortos e vai à vossa frente para a Galileia. Lá o vereis!” E lá vão as mulheres, alegres e medrosas ao mesmo tempo, diante de notícia tão misteriosa, de fato cujas consequências elas sequer podem imaginar! Correm para cumprir a missão, para dar a notícia que nunca ficara velha aos discípulos. E, então, outra surpresa, outro susto alegre, feliz, inacreditável: “O próprio Jesus veio ter com elas: Alegrai-vos! Elas se aproximaram e abraçaram seus pés, em adoração!” Não podemos imaginar o que se sentiu ali, o que se passou nessa ocasião!
Mas, Jesus nunca vem ao encontro dos seus por nada; sempre traz-lhes um missão: “Ide anunciar aos meus irmãos que vão para a Galileia. Lá me verão!” “Meus irmãos!” – Jesus nunca chamara assim os discípulos! Mas, agora, depois, da agonia, da dor, da cruz, da morte, do sangue derramado... “Meus irmãos!” É isto que nós somos, porque recebemos o mesmo Espírito que ele recebeu do Pai na ressurreição!
E depois, a ordem de irem a Galileia... Recorde, meu Leitor: a cena se passa em Jerusalém, centro do antigo Povo de Deus, centro da vida religiosa judaica, Cidade da Antiga Aliança. Ali estava o Templo, ali se celebravam as grandes festas judaicas, para lá os judeus peregrinavam e Jesus tantas vezes peregrinou. Para Jerusalém Jesus dirigiu-se para cumprir seu destino e selar sua missão “pois não é possível que um Profeta pereça fora de Jerusalém”(Lc 13,33). E lá, em Jerusalém, ele foi o Cordeiro imolado, entregue pelos pecados nossos e do mundo inteiro.
Mas, agora, depois de ter consumado a sua obra, depois de ter instaurado com sua morte e ressurreição a Nova e Eterna Aliança, Jerusalém, a da terra, está definitivamente superada. Lá, no âmbito do judaísmo, do Templo, da sinagoga, já não se poderá mais encontrar Jesus; ele não mais está lá, não mais no judaísmo! Não haverá Messias para os judeus, a não ser quando o Senhor nosso se manifestar no final dos tempos, "pois eu vo-lo digo, doravante não me vereis mais, até que digais: Bendito seja em nome do Senhor aquele que vem ” (Mt, 23,39).
“Ide anunciar aos meus irmãos que se dirijam à Galileia; lá eles me verão!” Na Galileia: é lá que o Senhor espera os seus discípulos! Bem longe de Jerusalém. Surpreendente! Primeiro, o Senhor manda que seus discípulos se dirijam para lá. Por quê? A Galileia é região mista, dos judeus vivendo misturados com os pagãos. Mateus, citando Isaías, chama-a “Galileia das Nações” (cf. 4,15). Antes, Jesus proibia que seus discípulos se dirigissem aos pagãos; deveriam primeiro ir à Casa de Israel (cf. Mt 10,6). Agora, ressuscitado, ele ordena aos seus discípulos, à sua Igreja, que se dirijam aos pagão, à Galileia das Nações, se quiserem encontrá-lo! Lá, na Galileia, no mundão afora, ele nos precede, ele nos espera, ele se deixa encontrar, deixa-se ver! Lá, na Galileia, ele nos diz sempre: “Toda a autoridade sobre o céu e sobre a terra me foi entregue! Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem meus discípulos... E eu estarei convosco todos os dias, até a consumação dos séculos!” (Mt 28,18ss)
Hoje, quando alguns teólogos sabichões e alguns pastores medrosos, de mentalidade mais fascinada pela ideologia dominante que pelas palavras de Jesus, têm medo de anunciar o Evangelho, de chamar as pessoas, os povos, o mundo à conversão, quando muitos cristãos, esquecidos do Evangelho, insinuam que todas as religiões são boas, são reveladas e levam a Deus, a palavra do Senhor aparece com toda a sua força revolucionária. “Eu vos espero na Galileia do mundo. Não para serdes mundanos, não para tomar os modos do mundo, mas para anunciar o meu Nome, para levar a salvação que somente em mim pode ser alcançada. Não tenhais medo! Tende coragem: anunciando o meu nome, ver-me-eis, encontrar-me-eis, experimentareis que eu estou vivo! Não temais! Não penseis em sucesso, não façais cálculos humanos, não domestiqueis o meu Evangelho à medida do mundo, não façais concessões! Amai como eu amei, abraçai a cruz como eu abracei, tende paciência como eu tive, suportai como eu suportei, sofrei como eu sofri, servi como eu servi! Crede em mim, esperai em mim, confiai em mim! Vós havereis de experimentar: Eu estarei convosco todos os dias, até a consumação dos séculos!"






Bento XVI: Homilia da Noite de Páscoa - I

Amados irmãos e irmãs,
Dois grandes sinais caracterizam a celebração litúrgica da Vigília Pascal. Temos antes de mais nada o fogo que se torna luz. A luz do círio pascal que, na procissão através da igreja encoberta na escuridão da noite, se torna uma onda de luzes, fala-nos de Cristo como verdadeira estrela da manhã eternamente sem ocaso, fala-nos do Ressuscitado em quem a luz venceu as trevas.
O segundo sinal é a água. Esta recorda, por um lado, as águas do Mar Vermelho, o afundamento e a morte, o mistério da Cruz; mas, por outro, aparece-nos como água nascente, como elemento que dá vida na aridez. Torna-se assim imagem do sacramento do Batismo, que nos faz participantes da morte e ressurreição de Jesus Cristo.


 


Bento XVI: Homilia da Noite de Páscoa - II


Mas não são apenas estes grandes sinais da criação, a luz e a água, que fazem parte da liturgia da Vigília Pascal; outra característica verdadeiramente essencial da Vigília é o fato de nos proporcionar um vasto encontro com a palavra da Sagrada Escritura. Antes da reforma litúrgica, havia doze leituras do Antigo Testamento e duas do Novo. As do Novo Testamento permaneceram; entretanto o número das leituras do Antigo Testamento acabou fixado em sete, que, atendendo às situações locais, se podem reduzir a três leituras.
A Igreja quer, através de uma ampla visão panorâmica, conduzir-nos ao longo do caminho da história da salvação, desde a criação passando pela eleição e a libertação de Israel até aos testemunhos proféticos, pelos quais toda esta história se orienta cada vez mais claramente para Jesus Cristo.
Na tradição litúrgica, todas estas leituras se chamavam profecias: mesmo quando não são diretamente vaticínios de acontecimentos futuros, elas têm um caráter profético, mostram-nos o fundamento íntimo e a direção da história; fazem com que a criação e a história se tornem transparentes no essencial. Deste modo tomam-nos pela mão e conduzem-nos para Cristo, mostram-nos a verdadeira luz.



 

sexta-feira, 22 de abril de 2011

visão cristã!

Liturgia da Sexta-feira Santa: A Igreja Esposa ao lado do Cristo Esposo


O fel lhe dão por bebida

sobre o madeiro sagrado.

Espinhos, cravos e lança

ferem seu corpo e seu lado.

No sangue e água que jorram,

mar, terra e céu são lavados.


Ó cruz fiel sois a árvore

mais nobre em meio às demais,

que selva alguma produz

com flor e frutos iguais.

Ó lenho e cravos tão doces,

um doce peso levais.


Árvore, inclina os teus ramos,

abranda as fibras mais duras.

A quem te fez germinar

minora tantas torturas.

Leito mais brando oferece

ao Santo Rei das alturas.


Só tu, ó Cruz, mereceste

suster o preço do mundo

e preparar para o náufrago

um porto, em mar tão profundo.

Quis o cordeiro imolado

banhar-te em sangue fecundo.


Glória e poder à Trindade.

Ao Pai e ao Filho Louvor.

Honra ao Espírito Santo.

Eterna glória ao Senhor,

que nos salvou pela graça

e nos remiu pelo amor.






Escrito por Dom Henrique

Liturgia das Horas - Ofício das Leituras de Sexta-feira Santa


Os reis de toda a terra se reúneme conspiram os governos todos juntos

contra o Deus onipotente e o seu Ungido.


Eles repartem entre si as minhas vestes

e sorteiam entre si a minha túnica.


Os que buscam matar, me perseguem

e procuram tirar minha vida.


As falsas testemunhas se ergueram.

vomitam violência contra mim.




Foi levado como ovelha ao matadouro;

e, maltratado, não abriu a sua boca;

Foi condenado para a vida de seu povo.

Ele próprio entregou a sua vida

e deixou-se colocar entre os facínoras.

Foi condenado para a vida de seu povo.


Não foi nem com ouro nem prata

que fostes remidos, irmãos;

mas sim pelo sangue precioso

de Cristo, o Cordeiro sem mancha.

Por ele nós temos acesso num único Espírito ao Pai.

O sangue do Filho de Deus nos lava de todo pecado.

Por ele nós temos acesso num único Espírito ao Pai.





Escrito por Dom Henrique